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Lição 1: A História da Internet

A partir de hoje, vou postar aqui um Curso de HTML Básico que montei há muitos anos atrás para lecionar. Espero que lhe possa ser útil!

A História da Internet

A Internet nasceu em 1969, nos Estados Unidos. No auge da Guerra Fria, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos possuía a seguinte dúvida crucial:
Como as autoridades iriam se comunicar no caso de um ataque nuclear?
Para responder a tal questão, um grupo de cientistas americanos, liderados pelos pesquisadores da área de computação J.C.R. Licklider e Robert Taylor, foram convocados para elaborar e montar uma rede de computadores que, de alguma maneira, continuassem a se comunicar entre si no caso de um ataque nuclear.
A idéia era criar uma rede sem centro, quebrando o tradicional modelo de pirâmide conectado a um computador central. A estrutura proposta permitiria que todos os pontos (nós) tivessem o mesmo status. Os dados caminhariam em qualquer sentido, em rotas intercambiáveis. Este conceito surgiu na Rand (Centro de Pesquisas Anti-Soviéticas) em 1964 e tomou vulto cinco anos depois.
Deveria ser montada uma rede de computadores que:
* não fosse vulnerável a um ataque nuclear. Em caso de destruição de Washington, outros pontos da rede funcionariam;
*  não tivesse centro, pois em caso de um ataque o centro seria o primeiro ponto a ser atacado;
* fosse robusta, ou seja, trabalhasse nas condições mais adversas possíveis.
Deveria haver uma rede de computadores em que:
* cada um dos computadores conectados entre si deveria ser equivalente, com sua própria autoridade para originar, passar e receber mensagens;
* o pacote fosse jogado de nó a nó, mais ou menos na direção do destino, até que encontrasse o local correto;
* não fosse importante se grande parte da rede estivesse fora do ar. Os pacotes continuariam vivos trafegando pelos nós que se encontrariam ativos.
Em uma primeira etapa, interligaram-se quatro pontos: Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), o Instituto de Pesquisas de Stanford na Califórnia (SRI), a Universidade da Califórnia em Santa Barbara (UCSB) e a Universidade de Utah em Salt Lake City. Os cientistas fizeram a demonstração oficial no dia 21 de novembro. Nesse dia, um grupo de pesquisadores se reuniu no Departamento de Ciência da Computação da Universidade, e acompanhou o contato feito pelo computador da UCLA com o computador do SRI, situado a 450 quilômetros de distância.
O cientista Leonardo Kleinrock, vencedor do Prêmio Ericsson - o equivalente ao Nobel das Telecomunicações - não se esqueceu da mensagem inaugural. A pergunta, digitada em um máquina de escrever elétrica, era:
"Você está recebendo isto?"
A resposta chegou minutos depois de percorrer a distância que separa os dois centros de pesquisa:
"Sim".
A experiência fora bem sucedida.
Em 1971 já eram 15 supercomputadores. Em 1972 já eram 37 supercomputadores. Já no ano de 1970, os pesquisadores passaram a utilizar a rede como correio eletrônico entre si, e, informalmente, começou então a Internet de forma similar a que conhecemos hoje. Em 1980, devido ao seu crescimento, a rede foi dividida em duas: ARPAnet (civil) e a MILnet (militar). Em 1985, a NSF (National Science Foundation) criou a NSFnet, interligando todos os supercomputadores dos maiores centros americanos de pesquisa. Em 1986, as redes NSFnet e ARPAnet se conectaram entre si, assumindo o nome de INTERNET. Em 1987, os EUA liberaram a rede para uso comercial. Em 1992, nos EUA surgiram as primeiras empresas provedoras de acessso comercial à Internet. A sua explosão só veio a ocorrer a partir de 1993, com o surgimento da Web.
De forma simples, clara e precisa "A Internet é uma Rede Global de Computadores".
Tecnicamente, pode-se afirmar que "A Internet é a união de um enorme número de redes ao redor do mundo que se comunicam entre si através do protocolo TCP/IP".
Uma analogia para entender a Internet é defini-lá como sendo similar a uma malha de rodovias (federais, estaduais e vicinais) por onde trafegam bytes sob a forma de pacotes TCP/IP. A informação contida em textos, som e imagem trafega em alta velocidade entre qualquer computador conectado a essa rede. É por esta razão que a Internet é algumas vezes chamada de "Super Rodovia da Informação".
Em resumo, a Internet é:
* uma rede de redes baseadas no protocolo TCP/IP;
* uma comunidade de pessoas que usam e desenvolvem essas redes;
* uma coleção de recursos que podem ser alcançados através destas redes.
Não existe um único lugar que "governa" a Internet. Ela é um conjunto de cerca de 70 mil redes ao redor do mundo, que têm em comum entre si o protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol / Internet Protocol ou Protocolo de Controle de Transmissão / Protocolo da Internet). Esse protocolo é a língua comum dos computadores que integram a Internet. Ele é organizado em camadas, com diferentes funcionalidades. Por exemplo, IP é o protocolo mais básico, sobre o qual estão construídos os demais protocolos TCP/IP.
O IP (Internet Protocol ou Protocolo da Internet) usa uma seqüência de 32 bits que indica o endereço do computador na Internet, como 108.105.232.4. Os primeiros oito bits representam o endereço de uma determinada sub-rede da Internet, e os próximos números identificam um computador nessa sub-rede. Esses números são bastante difíceis de lembrar, por isso, podem ser mapeados em nomes, como, por exemplo: www.microsoft.com.
Sem o endereço IP, as informações trafegando na Internet, em forma de "pacotes", não saberiam como chegar ao destinatário correto.
A Internet é uma gigantesca rede mundial de computadores que interliga entre si desde grandes computadores até micros pessoais ou notebooks através de linhas comuns de telefone, linhas de comunicação privadas, cabos submarinos, canais de satélite e diversos outros meios de telecomunicação. Os computadores que compõem a Internet estão nos mais diversos locais, tais como empresas comerciais, órgãos governamentais, universidades, instituções públicas (federais, estaduais ou municipais) e residências em geral.

A Internet no Brasil

O ano de 1988 pode ser considerado o momento zero da Internet no Brasil. A iniciativa pioneira de se buscar acesso à Rede coube a Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), ligada à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia.
A necessidade de se utilizar a Infovia foi apontada pelos bolsistas da instituição, que retornavam de cursos de doutorado nos Estados Unidos e sentiam falta do intercâmbio mantido no Exterior com outras instituições científicas.
O professor Oscar Sala, então conselheiro na Fapesp, ligado ao Fermilab, o laboratório de Física de Altas Energias de Chicago (EUA), fez os primeiros contatos a fim de conseguir uma conexão do Brasil com as redes mundiais. Flávio Fava de Moraes, na época diretor científico da Fapesp, aprovou o projeto. A troca de dados começou a ser feita logo a seguir e o serviço foi inaugurado oficialmente em abril de 1989.
No primeiro ano de funcionamento, a linha da Fapesp utilizou a Bitnet - Because is Time to Network - que permitia apenas a retirada de arquivos e correio eletrônico, embora fosse uma das redes de maior amplitude na época.
Em 1991, uma linha internacional foi conectada à Fapesp para que fosse liberado o acesso Internet à instituições educacionais, fundações de pesquisa, entidades sem fins lucrativos e órgãos governamentais, que passaram a participar de fóruns de debates, acessar bases de dados nacionais e internacionais, supercomputadores de outros países e transferir arquivos e softwares.
Inicialmente, a velocidade da linha Fapesp-Fermilab era de 4800 kbps. Foi passando sucessivamente a 9600 kbps, a 128 K e a 256 K. Atualmente a linha trafega a 2 Mb.
Em 1992, durante a Eco-92, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), com sede no Rio de Janeiro, firmou um convênio com a Associação para o Progresso das Comunicações (APC), para dar espaço as Organizações Não-Governamentais (ONGs) brasileiras na Rede Mundial.
Os convênios foram alterados em 1992, com a criação da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Coordenada por Tadao Takahashi, a RNP organizou o acesso a Infovia, criando um backbone - tronco principal da rede - estabelecendo pontos de presença nas capitais e operando os nós da rede no País.
Uma portaria conjunta do Ministério das Comunicações e do Ministério da Ciência e Tecnologia, publicada em maio de 1995, criou a figura do provedor de acesso privado, liberando a operação comercial da Rede no Brasil.

O Futuro da Internet

Alguns podem achar exagerada esta afirmação, discordar dela, mas se refletirem um pouco concluirão que toda a sociedade mundial sofrerá mudanças sociais e culturais radicais nos próximos anos. Não é possível falar em evolução tecnológica sem pensar em Internet. Em todos os cantos do planeta, em todas as categorias profissionais, encontramos milhares de pessoas utilizando e desfrutando seus recursos.
Aquilo que num passado recente era privilégio de pesquisadores em universidades, hoje, está aberto a adolescentes, donas de casa, profissionais liberais, executivos, empresas, etc. Esta revolução está afetando de forma substancial toda a estrutura de divulgação de informações existente no mundo, até então controlada exclusivamente por grandes empresas.
Pela primeira vez no mundo, um cidadão comum, a um custo muito baixo, pode ter acesso a informações localizadas nos mais distantes pontos do planeta e também gerar e distribuir informações em larga escala, no âmbito mundial.
Através da Internet, qualquer pessoa poderá, de sua própria casa, oferecer os mais diversos tipos de serviço, a partir de um microcomputador, sem precisar da estrutura que uma empresa de grande porte poderia manter.
As empresas, por sua vez, estão descobrindo o enorme potencial de negócios que a Internet é capaz de realizar e, portanto, gerando diariamente centenas de postos de trabalho para este segmento.
A Internet é um caminho sem volta, e a cada dia, milhares de pessoas no mundo inteiro passam a fazer parte dessa comunidade.

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